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2012 - O ANO DA PROFECIA MAIA

segunda-feira, 13 de julho de 2009

VERGONHA DE QUE?


Em 17 de dezembro de 1914, no Salão do Senado Federal, Rui Barbosa declarou:

De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto.

Ao fazer este desabafo, Rui Barbosa estava defendendo o requerimento sobre o CASO SATÉLITE – uma chacina de presos – que ia de encontro a impunidade dos assassinos confessos, depois de quase quatro anos do fato criminoso.
Seria Rui Barbosa um profeta?
O inflamado discurso de outrora foi tão-somente uma observação do cotidiano que presenciava. Entretanto, ainda hoje, decorrido quase um século, a impunidade no Brasil perdura.

Onde está a novidade?

Trata-se apenas do reflexo da continuidade do triunfo das nulidades, da prosperidade da desonra, do crescimento da injustiça e do agigantamento do poder nas mãos de alguns poucos que – por deterem a trajetória da vida cotidiana ou profissional – não identificam no ato a responsabilidade que possuem.O que existe é uma inversão de valores. Hoje, o princípio subjaz nos abusados casos de corrupção no Congresso Nacional. Contudo, resta uma indagação: não estaria também entranhado em outros setores da vida nacional?

Poder nas mãos dos maus.

Será mesmo que a maldade é a delimitadora das ações dos poderosos? Não creio muito nisso, infelizmente. É simples demais. Acredito que quando homens públicos procedem na contramão da honra, agem como quem acredita que não é o cachorro que abana o rabo, mas o rabo que abana o cachorro. Conheço uma mulher de caráter excepcional que costuma dizer: a verdade está geralmente no meio do caminho.
Na questão político-partidária, felizmente temos instrumentos para reciclar e fazer as mudanças que o poder do voto nos garante para extirpar esses “apêndices”, antes que supurem de vez. Entretanto, a cicatriz que fica é danosa para a sociedade, visto que – por causa de suas posturas infames – causam nas pessoas de bem, um desânimo crônico que aparecem por causa da suscetibilidade.Estamos carentes de bons exemplos. Conheço gente que dentro da própria casa é de um cuidado extremo com a limpeza, em compensação, joga lixo na rua e quando falo, afirmam: “temos que garantir trabalho para os garis”. Pra variar, eu rebato na hora: “isso é hipocrisia pura”.

Faça o que eu digo ou quero, não o que eu faço.

Verdade se diga: o mau exemplo é contagioso. Ronaldo – dito O FENÔMENO – pra ganhar com publicidade, esqueceu que era atleta e se tornou garoto-propaganda de cerveja. Convenhamos, é lícito, mas totalmente amoral.Em períodos eleitorais, eu sempre tenho motivos pra gargalhar, já que chorar não vai mudar o quadro. Vemos candidatos que passaram temporadas apontando o defeito um do outro e – como por encanto – basta uma reviravolta eleitoreira pra que sejam ouvidas declarações de amor de um lado a outro.

O que dá rir, dá pra chorar.

Então, é isso. Vou seguindo fazendo koisas que todo mundo faz. Agora, tentando blogar koisinhas interessantes. Que ninguém reclame dos meus textos ou da minha opinião. Se quiser expressar a sua, comente o texto ou me prove que estou errada. O bom da internet é isso: aqui não precisa estresse, basta ignorar.
É favor não esquecer, honestidade é virtude sim, contudo é também obrigação de cada um perante si mesmo e o próximo.
E finalizando essa primeira koisação, eu digo: antes de ter vergonha de ser um brasileiro honesto, aprenda a captar as ondas básicas dos brasileiros sem-vergonha que existem por aí.
Até a próxima.

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